sábado, 26 de fevereiro de 2011

Nascimento de Radoc

Hoje eu acordei com uma dúvida:
Por que estou aqui?
Acredito que muitas pessoas fazem esta perguntas, a maioria delas em momentos difíceis, apenas os idiotas não perguntam isso.
Como eu queria ser idiota, deve ser bom não pensar em nada, não sentir sua mente se enchendo de perguntas e respostas que trazem mais perguntas.
Eu já fui idiota, nessa época nada me perturbava, foi antes de eu entender a minha solidão, passei muito tempo tentando agradar as pessoas ao meu redor, tentando ser tudo que eles queriam, mas nunca fui aceito porém eu era muito idiota para perceber isso, muitas lágrimas foram desperdiçadas por pessoas que não valiam a pena até que comecei a deixar de ser idiota. Minha adolescencia teve varias descobertas e a mais importante delas foi que eu posso ser eu mesmo que as pessoas não mudaram a forma de agir comigo, me aceitaram ou me negaram da mesma maneira.
Com quinze anos decidi ser algo que todos pareciam odiar, eu comecei a ser eu mesmo.
Pode parecer algo sem importância, mas mudei muito minha identidade, e até a forma como me apresento, quem me conhece agora me chama de Radoc.
Eu sou diferente agora, transformei minhas fraquezas em pontos fortes, durante parte da minha adoslescencia tornei minha consciência independente da opinião alheia.
Após meus quinze anos algo mais aconteceu.
Mesmo sendo algo que eu não entendia, eu tinha uma amiga, Vanessa, uma garota que gostava de ficar do meu lado e me defendia quando as outras pessoas falavam mal de mim pelas costas.
Fazíamos muitas coisas juntos e, enquanto caminhávamos vimos que estava acontecendo um assalto.
Naturalmente mudamos nosso caminho para não chegar perto do local afinal, mais ajuda quem não atrapalha.
Um dos assaltantes pareceu ter algum tipo de arma especial, lembro apenas de ter visto algo que pareceu um raio indo em direção a ela, e depois lembro apenas que protegi ela com meu corpo e de ter visto um clarão estranho.
Sei que desmaiei por que acordei no hospital depois.
Meu corpo estava amarrado e havia algumas máquinas me monitorando, mas eu consegui facilmente me soltar, pouco depois uma enfermeira entrou no quarto e, bastante agitado por causa da situação, eu perguntei a ela o que estava acontecendo e ela discretamente e disse:
- Acalme-se, agora está tudo bem. Eu sou Aline, você sabe por que ou como chegou aqui?
- Não.
- Segundo os médicos, você foi atingido por algum tipo de explosivo com um composto ácido, quando chegou aqui, havia queimaduras em seu tórax que estavam se espalhando pelo seu corpo, após um dia, você pareceu ter sido vítima de um incêndio, depois de dois dias as queimaduras começaram a cicatrizar rapidamente, mas você passou a ter compulsões agressivas, tanto que fomos obrigados a amarra-lo para evitar mais ferimentos, mesmo quando seu corpo deixou de apresentar queimaduras, as crises não pararam e começaram a apresentar crises de alucinações.
Eu fiquei chocado com tudo que ela havia dito, porém havia algo que eu precisava perguntar:
- Como está minha amiga?
- A garota vem aqui todos os dias, não teve nenhum tipo de ferimento, apenas passou por alguns exames.
- Isso é ótimo. - essa notícia me deixou mais animado.- e a quanto tempo eu estou aqui?
- já se passaram 13 dias.
- Nossa, e... quando vou poder sair.
- Os médicos disseram que você já estava em condições físicas para receber alta a dois dias, mas faltam testes psicológicos, depois deles você poderá sair.
Neste momento a Vanessa chegou e eu senti muito mais calmo.

Nota do autor
Esse texto foi criado quando eu tinha 15 anos e eu nem sabia que havia salvo num email.
A partir desse texto eu comecei a me apresentar como Radoc

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